O Bitcoin está caindo, porque você não deve se preocupar.

Em dezembro de 2017, quando dei entrevista para o G1 da Globo, falei sobre a queda brusca do valor da criptomoeda Bitcoin, informando que esse era quase um padrão da moeda, e acreditava na recuperação e aumento do valor ao longo prazo. 

Agora em janeiro de 2021 a história se repete, no último ano a moeda teve uma valorização atingindo seu patamar mais alto já registrado no dia 08 de janeiro de 2021, alcançando incríveis US$ 40.823,63 cujo valor em real seria, em conversão aproximada, R$ 224 mil, uma valorização de 373% referente aos R$ 60 mil de dezembro de 2017, quando o Bitcoin estava em alta na mídia e também passando pelo seu ponto alto daquele ciclo.

Alguns poucos dias após a sua alta histórica a moeda começa a despencar de forma drástica, chegou a ter uma queda de US$ 10 mil no dia 11 de janeiro queda essa que é superior a 20% do seu valor alcançado 3 dias antes, repetindo assim o medo e angústia de quem comprou na expectativa e esperança do crescimento em popularidade e valorização contínua da moeda.

Sem adentrar muito no tema (por enquanto), um dos principais motivos para a moeda sofrer uma valorização constante ao longo prazo é a sua escassez e finitude, o bitcoin foi programado (literalmente) para não ser possível de se produzir mais, ou em termos mais afins ao nosso cotidiano, não é possível fazer com o Bitcoin igual se faz com o papel-moeda, e simplesmente imprimir mais papel-moeda e para colocar em circulação controlando sua flutuação. 

Quando foi programado em 2008, por seu idealizador e ainda anônimo e desaparecido até o dia de hoje, o sr. Satoshi Nakamoto, o Bitcoin foi pensado e idealizado para ter um limite máximo de 21 milhões de bitcoins, que são minerados por blocos, e por ser uma moeda descentralizada, ou seja funciona através do sistema de p2p (peer-to-peer) sem intermediários, todo seu funcionamento bem como a confirmação de envio de valores depende unicamente de seus usuários, de forma que a flutuação do Bitcoin se dá basicamente pela oferta e demanda.

“Bitcoin é uma moeda/ativo finito… existem somente 21 milhões de Bitcoins disponíveis para serem minerados”

De tempos em tempos algum fato, principal e comumente político, desencadeia uma desconfiança no sistema econômico-financeiro e bancário posto, ainda mais no brasil que não a muito tempo atrás tivemos grandes problemas com as moedas, passando por bloqueio e congelamento de contas e poupanças. Isso faz com que as pessoas passem a buscar investimentos descentralizados, ou simplesmente mais seguros, pelo menos é o que se pensa, que não sofrem interferência política direta, que antigamente eram ativos físicos como por exemplo o ouro e a prata, agora passam a considerar ativos virtuais como o Bitcoin e outros criptoassets. 

Esse fato, somado a valorização “normal” e esperada do Bitcoin, por ser uma moeda finita, gera um volume de pedidos e intenções de compra acima do que está sendo minerado, o que faz os chamados Holders (ou HODL em alguns fóruns como o Reddit) colocarem alguns Satoshis (que são entendidos como as frações do Bitcoin) a venda pelo maior valor que uma pessoa esteja disposta a pagar.

Isso gera uma reação em cadeia, aumentando o preço de forma demasiada e faz com que surjam várias pessoas querendo vender seus ativos e moedas com o intuito de ficarem milionárias, o que acaba saturando o mercado com a moeda e como consequência acaba por diminuir seu valor. 

Essa não é a primeira vez que isso aconteceu, e nem será a última, a moeda já está em circulação desde 2009 e esse é um ciclo comum, se você a comprou ou investiu recente não se desespere, na verdade aproveite a queda e compre mais e aguarde a recuperação do seu valor.          

Em outro texto abordei o assunto da importância do Bitcoin, e outros criptoassets, em países com crises financeiras e políticas graves como é o caso do nosso país vizinho a Venezuela que sofre com a desvalorização da moeda a ponto de estar mais barato utilizar o papel-moeda para produzir bolsas e outros itens do que comprar tecido e outros materiais. 

Leia Mais: 

https://pavanadv.com.br/2021/03/a-influencia-das-criptomoedas-na-crise-economica-da-venezuela/ 

https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/bitcoin-fez-estudante-do-es-gastar-r-12-e-que-renderam-mais-de-r-60-mil.ghtml